A dispersão da radiação solar na atmosfera terrestre promove uma sucessão de cores e gera a ilusão óptica do crepúsculo no horizonte celeste. Mesmo num por do sol ideal e mágico, o que vemos não corresponde à momentânea realidade.
Ademais, as limitações fisiológicas do olho humano mascaram a percepção da realidade visual da natureza. Não distinguimos, por exemplo, que a cor predominante no céu terrestre é violeta.
Ilusão óptica do crepúsculo no horizonte
O crepúsculo é o produto da dispersão da luz solar nas altas camadas da atmosfera de um planeta. As variações de cores no céu dependem da densidade atmosférica, das moléculas gasosas e partículas em suspensão.
Estes fenômenos da refração e a defasagem do tempo de viagem da luz geram a ilusão óptica do crepúsculo e da aurora no horizonte celeste. No momento em que observamos o por do sol, na realidade ele já se pôs. Já está abaixo da linha do horizonte.
Portanto, em função de fenômeno de refração da luz na atmosfera terrestre, quando observamos o sol ou as estrelas, elas apresentam uma posição aparente sempre mais alta que o astro real (Figura 1).
Acrescente-se que estas interessantes e ilusórias distorções são também decorrentes do tempo-luz. Para que a radiação solar alcance o nosso planeta, ela necessita percorrer cerca de 150 milhões de quilômetros – distância entre o sol e a Terra, e que em tempo-luz corresponde a 8 minutos e 18 segundos.
Céu violeta na Terra e vermelho em Marte
A dispersão da luz proveniente de um astro como o Sol é influenciada pela natureza dos gases e partículas que compõem a atmosfera de um planeta. Determinam as cores que percebemos no céu, tanto durante o dia, quanto nos momentos do nascer e do ocaso solar.
As micropartículas da atmosfera de um planeta funcionam como prismas e decompõem a luz do sol, gerando um espalhamento da radiação eletromagnética num espectro contínuo, perceptíveis aos olhos humanos em cores que variam do violeta ao vermelho (figura 2).
O fenômeno de difusão da luz e de toda radiação eletromagnética na atmosfera, oriundo da refração, é conhecido como espalhamento ou dispersão de Rayleigh. No caso específico terrestre, as maiores concentrações de moléculas de oxigênio e nitrogênio trazem maior definição aos comprimentos de onda violeta a azul.
O espalhamento da luz solar é inversamente proporcional aos comprimentos de onda. Significa que quanto menor é o comprimento de onda, maior será o espalhamento. Portanto, o comprimento mais espalhado na atmosfera terrestre é o que produz a cor violeta e depois o azul, em relação ao restante da luz visível.
O olho humano apenas enxerga uma pequena parcela do espectro eletromagnético. A limitação em relação a percepção às cores não permite visualizarmos os tons violetas do céu, mas quase somente as linhas espectrais de cor azul.
Durante os momentos mais luminosos do dia, o sol incide mais diretamente sobre o planeta, inferindo um maior espalhamento dos comprimentos de onda menores – violeta e azul.
Com a aproximação do crepúsculo ou aurora, a incidência torna-se cada vez mais inclinada. Portanto, a luz percorre uma maior distância e isso favorece a absorção e o espalhamento de comprimentos de onda maiores – próximos ao infravermelho, possibilitando a visualização de tonalidades vermelho alaranjada no céu.
Em Marte, o planeta vermelho, o fenômeno é oposto ao observado na Terra, em decorrência das suas características atmosféricas. Durante o dia as cores que predominam no céu são tons avermelhados. No ocaso e aurora, todavia, o céu apresenta tons azuis.
O crepúsculo e o devir amanhecer
A contemplação de paisagens de rara beleza e de fenômenos naturais, como a aurora e o crepúsculo solar, proporciona o alcance de concepções holísticas que transcendem e renovam o ser natural.
A lúmina oriunda da compreensão do dinâmico mecanismo e grandiosidade da natureza amplificam as reflexões filosóficas e escancaram os portais meditativos.
Nestes diminutos e mágicos instantes, é possível auscultar a fusão entre arte, ciência e transcendentalismo, muitas vezes presente no simbólico mundo dos sonhos.
O devir universal e a fluência cósmica evidenciam a inexistência da eternidade, e a constante transformação, mutação e entropia da natureza, e deixam patente a complementaridade do contraditório.
Anexo: Símbolo Crepúsculo!
Ideal, irreal
Irreal, ideal!!!
Irreal, ideal
Ideal, Irreal!!!
Um sonho ideal que exprime intenção
Não dá pra sentir, como grande expressão?
Sem saber, nem por que
A procura do ser
Sem pra que, quer saber
No devir amanhecer.
– um Símbolo astral!
Um sonho ideal que exprime intenção
Não dá pra sentir, como grande expressão?
Clara névoa do porvir
Da lúmina austral
Patina sem pátina
Na aquarela real
– um Símbolo astral!
Símbolo!
Se embolou no simbólico símbolo!
Símbolo!
Se embolou no simbólico símbolo!
Símbolo!
- Créditos:
Banda Verbo Sonoro – Símbolo Crepúsculo
Música e letra: Ricardo Borges
Arranjos: Angelo Artur e Ricardo Borges
Vozes: Angelo Artur
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One thought to “A ilusão do crepúsculo no horizonte celeste”