Com picos de até 3500 metros de altitude, a Serra Nevada em Granada é o teto da Península Ibérica, apresentando amplas evidências que denotam uma origem marinha. Esse maciço montanhoso, que abriga famosa estância de esqui, é o terceiro de maior elevação da Europa, depois do Cáucaso e dos Alpes.
Considerada Reserva da Biosfera pela UNESCO, a Serra Nevada é uma região ecoturística de inverno, com neve abundante que recobre a cordilheira e suas escarpas por quase seis meses. Todavia, no decorrer da temporada primavera-verão, o point também reserva aventuras e interessantes possibilidades para os adeptos de trekinng, escaladas e mountain bike.
Na estação mais quente, em meio a cascalhos de ardósias e filitos, e sem a tradicional capa branca nevada, o fantástico visual das escarpas do Parque Nacional e o intenso brilho da mica presente nestas rochas de origem metamórfica, remete-nos a uma sensação de caminhada em ambiente lunar.
Entre os aspectos fisiográficos, o pico Mulhacén, de 3482 metros, apresenta a maior elevação da região Ibérica. As nascentes de múltiplos rios localizam-se na encosta norte do maciço, que ainda conta com 50 lagoas de alta montanha de origem glacial. Após o término do inverno, o gradativo degelo proporciona belíssimas corredeiras de rios primaveris.
Localização e acesso: A Serra Nevada se localiza na cordilheira Bética na Andaluzia, sul da Espanha, nas províncias de Granada e Almeria, em proximidade ao Mar Mediterrâneo. Em função da riqueza paisagística e diversidade botânica, grande parte do território foi declarado Parque Nacional e Natural.
Para o acesso ao Parque Nacional, onde se localiza a estação de ski, partindo de Granada até o vilarejo de Pradollano, percorre-se 37 km, pela via A-395. No entorno do parque existem várias trilhas de ecoturismo, com acesso ao longo e no decorrer da estrada rumo a província de Almeria.
Montanha oriunda do mar
Ao longo de 10 milhões de anos a colisão entre as placas tectônicas africana e europeia fez emergir do fundo do mar as montanhas da região. Aspectos mineralógicos de rochas metamórficas observados nas altas serras e resíduos de fósseis em conglomerados atestam as evidências da origem marinha da Serra Nevada e do levantamento do relevo.
A estrutura geológica da região apresenta duas grandes unidades tectônicas: a Veleta – inferior, composta por mica-xistos e quartizitos, de baixo grau metamórfico, formado em baixa temperatura e pressão; e a Mulhacén – superior, composta por gnaisses, mármores e rochas verdes (metaperidotitas).
Em relação à sede municipal de Granada, o conjunto rochoso predominante nos elevados topográficos locais é o resistente conglomerado Alhambra, que é composto por xistos, quartzitos, mármores ou paragnaisses naturalmente cimentados.
Os conglomerados vermelhos de Alhambra são compostos por fragmentos de rocha oriundos do alto da Serra Nevada, transportados através de antigos rios para as adjacências da cidade.
Essa região é a de maior perigo sísmico da Península por se tratar de cadeias montanhosas que se formaram em função da colisão da placa tectônica da África com a Ibérica, gerando um levantamento topográfico regional.
Para maiores informações sobre Granada, consultar o artigo: Incursões na Islâmica Granada Hispânica!
Referências
MARTÍN, J.M., BRAGA, J.C. y GÓMEZ-PUGNAIRE, M.T.. Itinerarios geológicos por Sierra Nevada. Guía de campo por el Parque Nacional y el Parque Natural de Sierra Nevada. Consejería de Medio Ambiente, Junta de Andalucía, 267 pp. 2008
MARTÍN, J.M., BRAGA, J.C. y GÓMEZ-PUGNAIRE, M.T. Rasgos de la Geología de Sierra Nevada. Universidad de Granada.
RAYA. Francisco Pérez; MESA, Joaquín Molero; TENDERO, Francisco Valle: “Parque Natural de Sierra Nevada. Paisaje, fauna, flora, itinerarios“. Ed. Rueda. Madrid. 1992
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