Após um lapso de oitocentos anos, o especial fenômeno da “Estrela de Natal” resplandece no céu no atormentado ano da pandemia do corona vírus.
Em 1054 astrônomos chineses e árabes registraram um inesperado céu iluminado e brilhante em função da explosão de uma bela supernova (SN 1054), que originou a nebulosa do Caranguejo.
Este importante evento, cujo brilho foi visível à luz do dia por 23 dias e a noite por 653 dias, foi o primeiro registro humano de uma explosão em supernova. Certamente deve ter contribuído para posteriores reflexões sobre o conceito da dinâmica e mutabilidade do universo.
O atual fenômeno, todavia, apesar de não apresentar a impressionante beleza de uma explosão de supernova, trata-se de uma rara conjunção astronômica entre os planetas Júpiter e Saturno. E demostra como é cíclica a natureza, e que é possível renovações em meio a situações caóticas.
Conjunção da Estrela de Natal
Uma conjunção entre dois ou mais astros ocorre quando os mesmos estão próximos e praticamente alinhados para observadores na Terra.
Este insólito grande alinhamento gera a formação de dois pontos brilhantes na esfera celeste, que visualmente aparentam um planeta duplo. Ocorre entre os dois maiores planetas do sistema solar, e é conhecido como a “Estrela de Natal”.
Júpiter e Saturno se alinham de 20 em 20 anos, em geral não se aproximam tanto como na atual conjunção, ou não são visíveis a olho nu em função de estarem muito próximos da direção do sol, a exemplo de 2000.
De acordo com os astrônomos, na atual conjunção os planetas estarão a menos de um grau de distância entre si. Fato que somente ocorreu já faz 300 anos, mas que não proporcionou a atual visibilidade do ano 2020.
Estes tipos de alinhamentos são incomuns em virtude do período de translação dos planetas ao redor do sol. Júpiter completa uma volta a cada 12 anos. Já a translação de Saturno, mais distante do sol, demora 30 anos.
Esta singular conjunção planetária ocorreu de forma similar somente há 800 anos atrás. Neste ano de 2020, marcado pela pandemia da covid-19, novamente brilha a Estrela de Natal.
Quando e onde observar
O fenômeno, visível nas noites de dezembro até o final do ano, poderá ser observado praticamente em todo o planeta. Este alinhamento poderá ser melhor desfrutado com a utilização de telescópios ou binóculos.
Mas é naturalmente observável a olho nu após o pôr do sol, no sentido oeste-sudoeste até aproximadamente umas 20 horas.
Os melhores dias para a observação são entre 16 a 21 de dezembro, sendo o auge da conjunção e máxima aproximação vista no dia 21 de dezembro, no solstício que marca o início do verão no hemisfério sul e inverno no norte.
A utilização de instrumentos observacionais, como binóculos, lunetas ou telescópios possibilitará a visualização no mesmo campo de visão de detalhes dos planetas, como os anéis de saturno, a grande mancha vermelha de Júpiter e os satélites de ambos.
Para quem for observar a olho nu, é importante saber a distinção entre estrelas e planetas. Os planetas parecem estrelas, mas por não terem fonte de energia e luz própria eles não cintilam. Apresentam um brilho fixo que é oriundo do reflexo da luz do sol – albedo.
Estrela de Belém – grande conjunção
Este evento astronômico também é conhecido como “Estrela de Belém”. Existem várias teorias que sugerem que a estrela que guiou os Reis Magos até Belém, no nascimento de Cristo, era na verdade uma grande conjunção tripla dos planetas Júpiter, Saturno e Vênus.
Este raro fenômeno celestial surgirá no dia 21 de dezembro, na noite que apresentará a mínima distância entre os planetas, tornando-se visualmente semelhante a um planeta binário.
Em tempos de crise e expiações, a aparição da Estrela de Natal no ano da pandemia, pode repentinamente agraciar a renovação das esperanças humanas.
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