O crepúsculo em Marte – o planeta vermelho, diferentemente do que é observado na Terra, apresenta uma tonalidade azul!
O crepúsculo é o produto da dispersão da luz solar nas altas camadas da atmosfera de um planeta. As variações de cores no céu são dependentes dos gases presentes e/ou da densidade atmosférica. As cores celestes durante o dia e no por do sol marciano são discrepantes das visualizadas na Terra, em função destas características.
Nos anos 70, as sondas Viking, e mais recentemente os rovers Spirit e Opportunity, dos EUA, confirmaram que o céu de Marte tem cores que variam desde o cinza até o rosa alaranjado, em função da atmosfera marciana ter baixa pressão, ser muito rarefeita e empoeirada. A cor predominante do céu, quando observado da superfície, é amarelada.
No caso de Marte, o espalhamento de luz atmosférica não é dominado pelas moléculas de gás, mas por partículas de poeira que estão em suspensão. A maioria das moléculas presentes na atmosfera marciana é de dióxido de carbono.
Essas partículas em suspensão são maiores do que os comprimentos de onda da luz visível e, em consequência do óxido de ferro, existente tanto no solo como na atmosfera de Marte, elas são avermelhadas. Portanto, não é apenas o espalhamento Rayleigh responsável pela cor do céu do planeta vermelho.
A composição da atmosfera marciana basicamente consiste em 95% de dióxido de carbono, 3% de nitrogênio e 1,6% de argônio. Contém também traços de oxigênio, vapor d’agua e metano.
Azul Por do sol do planeta vermelho
O crepúsculo azul do planeta vermelho é decorrente da filtragem de algumas cores ou comprimentos de onda do espectro eletromagnético, realizada pelas partículas atmosféricas de poeira, ao mesmo tempo em que favorecem a penetração do comprimento azul.
O fenômeno é semelhante ao que ocorre na Terra, contudo de maneira inversa. Em solo terrestre, com a aproximação do crepúsculo ou aurora, a incidência da radiação solar torna-se cada vez mais inclinada e próxima do horizonte. Dessa maneira, a luz percorre uma maior distância.
Em função da densidade e composição da atmosfera terrestre, esse maior distanciamento favorece a absorção e o espalhamento de comprimentos de onda maiores – próximos ao infravermelho, possibilitando a visualização de tonalidades vermelho alaranjadas no céu.
Em Marte, em decorrência da sua distinta composição e menor densidade atmosférica, o caminho mais longo e quase perpendicular da luz solar proporciona a absorção e espalhamento dos comprimentos de onda menores, ensejando que observadores em solo marciano contemplem o crepúsculo nas cores azul e violeta.
Para maiores informações sobre o crepúsculo e a dispersão da radiação solar na atmosfera terrestre, consultar o artigo: A ilusão do crepúsculo no horizonte celeste.
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