O dinâmico e jovem ciclo geológico da Cordilheira Andina

O ciclo geológico que originou a cordilheira Andina é de manifestação recente. Os dinâmicos processos endógenos se exteriorizam na litosfera sulamericana através de abalos sísmicos, vulcanismos e outras atividades magmáticas com assinaturas geoquímicas variadas.

A teoria da tectônica de placas explica a origem e formação da cadeia montanhosa da cordilheira dos Andes. Nas regiões onde acontece choque de placas ocorre formação de montanhas (orogênese), abalos sísmicos e erupções vulcânicas. Todos esses eventos estão interconectados.

O surgimento da cordilheira andina é resultado da colisão entre placas tectônicas que movimentam-se em função da deriva continental. Elas são as placas oceânicas de Nazca, Juan Fernández e Antártica que se movem em direção à placa sul-americana (Figura 1).

O jovem ciclo geológico que proporcionou a formação da cordilheira patagônica, conhecido como ciclo patagonides, remonta a era Mesozoica (251 a 65,5 Ma). A sua evolução ocorreu em diferentes estágios, nos períodos Jurássico (201,3 a 145 Ma) ao Cretáceo (145 a 66 Ma).

Nas regiões em que acontece o choque de placas ocorre o processo de subducção, com mergulho da placa de maior densidade sob a menos densa. No caso em tela, as placas oceânicas deslizam abaixo da placa continental sul-americana (Figura 2).

Intenso magmatismo no ciclo geológico da cordilheira dos Andes

O magmatismo é intenso e de natureza diversificada neste tipo de zona convergente, variando da borda para o interior do continente. Esse fenômeno possibilita a formação de arcos de vulcões continentais e diferentes rochas vulcânicas e plutônicas (granitóides).

Em função do ângulo do mergulho da placa e com o acréscimo de profundidade, ocorre elevação da temperatura e desidratação do material da crosta subductada. Estes processos desencadearam a fusão parcial do manto litosférico dos Andes, com geração de magmas (Figura 3).

Evolução magmática

Essa dinâmica geológica dos Andes promoveu variação e evolução magmática que demonstram características químicas diferenciadas, com produção de diferentes rochas a partir da dinâmica interna do ciclo geológico da cordilheira andina.

A partir da fossa oceânica no Pacífico no sentido do arco vulcânico continental, com o consequente aumento da profundidade, os magmas apresentam gradativa alteração de assinatura geoquímica. Evoluindo para magmas considerados mais ácidos, do tipo calcio-alcalinos (Figura 4).

O intenso vulcanismo de arcos continentais nas margens ativas originou grande quantidade de edifícios ígneos com rochas extrusivas (vulcânicas). Entre elas encontramos um tipo de rocha característico dos Andes e típica de zonas de subducção, o andesito.

Capa: vista da cordilheira dos Andes a partir do Cerro Catedral – Patagônia Argentina. Detalhe para um condor em repouso no afloramento rochoso no centro da foto. (Imagem: Ricardo Borges)