A adoção de Soluções Baseadas na Natureza é prioritária para a promoção de cidades sustentáveis e resilientes, objetivando adaptação e justiça socioambiental em função dos atuais desequilíbrios ecológicos e eventos naturais extremos.
O reflorestamento de áreas urbanas e construções de infraestrutura verde-azul, a exemplo de jardins de chuva (biorretenção), parques e lagoas urbanas, tetos verdes em edificações e pavimentações permeáveis, servem para suavizar ilhas de calor, amenizando o microclima, com melhoria da infiltração e escoamentos pluviais em grandes cidades.
A implementação de práticas e de engenhosas infraestruturas que se propõem a imitar a natureza, podem proporcionar progressivos benefícios e justiça socioambiental, com ênfase no combate ao racismo ambiental nos países em desenvolvimento, que geralmente apresentam modelos de urbanização excludentes, com segregação de determinados segmentos sociais.
Tais soluções baseadas na natureza podem proporcionar adaptação, mitigação de externalidades negativas e redução dos riscos de desastres por estarem alicerçadas com base em ecossistemas.
A integração da gestão de zonas costeiras com a gestão de recursos hídricos proporciona maior proteção às cidades, quanto a questão de enchentes, inundações e deslizamentos e com um desenho urbano sensível a água.
A presença de parques públicos e lagoas dentro de regiões metropolitanas servem como refúgios para promoção do bem-estar humano, serviços ecossistêmicos e benefícios à biodiversidade. A paz e tranquilidade desses ambientes proporcionam momentos de inspiração e relaxamento em meio a cinzentas selvas de concreto. Mimetizar processos naturais é preciso!
- Imagem da capa: Palácio de Cristal, no Parque del Retiro em Madrid, Espanha. Autor: Ricardo Borges