Tempo de Luz (lookback time) é um fenômeno decorrente da velocidade finita da luz e que diretamente condiciona o tempo à distância. Na prática significa que quanto mais distante o objeto, mais antiga é a informação enviada por ele. A observação astronômica, em função do tempo luz, descortina enigmas cósmicos do passado.
Quando admiramos, por exemplo, o cintilar da estrela VY Canis Majoris, localizada a uma distância de 4.892 anos-luz da Terra, estamos contemplando-a tal como ela parecia a 4.892 anos atrás.
Anos-luz é uma medida de comprimento que corresponde à distância percorrida pela luz em um ano. A luz, em um segundo, percorre 300.000 km. Como um ano tem 31.536.000 segundos, significa que num prazo anual, a luz atravessa o equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros.
A distância do sol a Terra corresponde a 8 minutos e 18 segundos luz. É o tempo em que a radiação solar atravessa cerca de 150 milhões de quilômetros (01 unidade astronômica) para alcançar o nosso planeta.
Em alguns filmes de ficção científica já ouvimos tripulantes de naves espaciais citarem o termo parsecs, relacionado a distâncias a serem transitadas. Um parsec corresponde a 3,26 anos-luz. É uma unidade de distância utilizada em trabalhos científicos.
Enigmas cósmicos do passado: Supernovas
Todas as informações captadas pelos variados tipos de observatórios astronômicos refletem o passado das suas fontes geradoras. Em função das distâncias decorrentes do tempo luz, as incertezas quanto à real situação dos corpos celestes, nos rementem a enigmas cósmicos. O que percebemos no universo não espelha a atual realidade.
Entre as surpresas agradáveis que esta condição cósmica pode nos proporcionar é a relacionada à descoberta de “novas” e “supernovas”.
A estrela do exemplo anterior, a VY Canis Majoris, é uma candidata a supernova. Ela é uma hipergigante vermelha, localizada na constelação de Cão Maior, no hemisfério celestial sul.
A sua massa é cerca de 30 a 40 vezes a massa solar, e esse corpo celeste apresenta uma luminosidade 300 mil vezes superior a do nosso astro rei. Provavelmente é a maior estrela já observada no universo!
VY Canis Majoris está em estágio evolutivo final. O seu combustível estelar, oriundo de reações de fusão termonucleares, começou a se exaurir, diminuindo a temperatura interna, ocasionando a sua expansão e alteração da cor.
Os astrônomos estão monitorando as oscilações do brilho de VY Canis Majoris e a sua constante perda de massa, que demonstram um derradeiro ciclo vital.
Consideram que em breve essa estrela se tornará uma estonteante supernova. E quando isso acontecer, só poderemos contemplar após quase cinco mil anos-luz.
A estrela Betelgeuse já virou supernova?
Outro exemplo em voga e bastante interessante de candidatas a supernova é a supergigante vermelha Betelgeuse ou Alpha Orionis (topo central da figura 2).
Essa estrela localiza-se na famosa constelação de Órion (das 3 Marias). O seu estudo é de extrema importância para a compreensão do ciclo de vida das estrelas.
Betelgeuse, com massa 11 vezes maior que a do sol, está mais próxima do nosso planeta (642,5 anos-luz), e a probabilidade de tornar-se uma supernova é bem maior e iminente.
De repente, até já explodiu em supernova, mas este enigma cósmico só poderia ser desvendado após a sua luz viajar e percorrer o espaço entre a estrela e a Terra.
Betelgeuse é uma estrela variável, que apresenta alteração constante de diâmetro e variação no brilho. A partir de outubro de 2019, cientistas detectaram uma súbita e significativa redução no brilho da estrela, e imediatamente acreditaram que a mesma estava colapsando.
Juntamente com Sirius, Betelgeuse consta entre as 10 mais brilhantes no céu, mas ela tem cintilado bem menos nos dias atuais.
Todavia, recentes observações e análises concluíram que este escurecimento da estrela provavelmente não se deve a um colapso em supernova, e sim decorre de uma erupção de gás ou poeira, ou flutuações no brilho da superfície da estrela. Uma nuvem de poeira cósmica ao seu redor pode eclipsar e absorver a sua luz.
Recentemente, após perder quase 40% do seu brilho, a estrela voltou a resplandecer. Os astrônomos estimam que num prazo de até 100 mil anos ela explodirá, com o seu núcleo transformando-se numa superdensa estrela de nêutrons.
A ciência é baseada em probabilidades, e o tempo astronômico é bastante amplificado. Mas, de vez em quando, observar essa região do nosso céu austral, no sentido oeste, de repente poderia nos trazer surpresas visuais agradáveis.
Quando este belo fenômeno cósmico acontecer, irá brilhar durante dois ou três meses, com luminosidade constante. Visualmente seria mais brilhante que a lua cheia, e mesmo durante o dia seria visível.
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