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Frequência de terremotos no Brasil é semanal!

Frequência de terremotos no Brasil é semanal!

A grande maioria dos sismos nacionais são de baixa magnitude. Todavia, a frequência de terremotos no Brasil é praticamente semanal. Na história sísmica brasileira, o evento de maior magnitude pode ter alcançado 7.0 na escala Richter, com geração de grandes ondas no rio Amazonas.

Tremores com magnitude semelhante são mais raros no Brasil, mas não improváveis, e podem se repetir em distintas regiões brasileiras.

Atividades vulcânicas e acomodações de blocos tectônicos em ilhas oceânicas podem gerar sismos e/ou movimentos de massa, com pequena possibilidade de geração de tsunamis. As chances, caso aconteçam, de atingirem a costa brasileira são bem remotas.

Frequência semanal de terremotos no Brasil

Conforme informações do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) tremores de baixa magnitude são registrados quase toda semana no território brasileiro. Na escala Richter, estes abalos são mensurados pelos sensores com valores abaixo de 3,0, não sendo perceptíveis pela população.

As características de sismos tectônicos e magnitudes destrutivas, contudo, não são registradas em território nacional, em função do solo do país estar assentado sobre um substrato geológico tectonicamente estável, no meio da placa Sulamericana.

Esses tipos de atividades são registradas em regiões do globo onde ocorrem colisões entre placas, que podem ser do tipo oceânica-oceânica, oceânica-continental e placas continental-continental.

De acordo com o coordenador da Rede Sismográfica Brasileira, Dr. Marcelo Assumpção, não existem de fato terremotos no Brasil com a mesma frequência e força dos registrados em outros países mais ativos. Os terremotos de média a grande magnitude no Chile, por exemplo, são semanais, com tremores de magnitude 5.0.

Terremotos de alta magnitude no Brasil

Conceitualmente, os dois maiores sismos registrados no Brasil foram de 6.2 e 6.1 na escala Richter, respectivamente no Mato Grosso e a 360 km da costa, em frente ao Espírito Santo. Como os epicentros destes sismos estavam em área desabitada e em alto mar, não ocasionaram danos severos.

De acordo com pesquisas sismológicas do Instituto de Geociências da UnB, há 300 anos atrás, um terremoto de magnitude 7.0 atingiu a Amazônia, e gerou um tsunami que devastou uma grande área na margem esquerda do rio Amazonas.

Estima-se que os seus efeitos foram percebidos a mais de mil quilômetros de seu epicentro. Este provavelmente localizou-se na margem esquerda do rio Amazonas, próximo de Manaus.

Estas pesquisas corroboram o relato encontrado no diário do padre Samuel Fritz (1654-1725), catequizador indígena que atuou na Amazônia durante 40 anos.

Outro registro importante de sismo no Brasil, foi o terremoto de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em 1986, cuja magnitude foi de 5.1.

Neste mapa, ocorreu a comparação entre as áreas estimadas dos abalos de 1690 e de 1955, esse último considerado o maior terremoto registrado no Brasil, no Mato Grosso, com magnitude 6. (Fonte: Observatório Sismológico – UNB)

Terremotos na Bahia

No Estado da Bahia, os sismos mais antigos remontam ao século XVIII. Em Salvador, a primeira noticia é de um terremoto em 1720. No Recôncavo baiano, há notícias de um tremor em Amargosa já em 1899.

No ano de 2020, ocorreu um terremoto de magnitude 4.6 em Amargosa (Ba) e região, que despertou a sociedade para os acontecimentos de abalos sísmicos. Eles estão possivelmente associados a antigas falhas geológicas.

Esses sismos estão atrelados a movimentos de grandes blocos rochosos relacionados a antigas falhas. No Nordeste brasileiro, e também na Bahia, existem diversos fragmentos rochosos antigos que estão suscetíveis a atividades sísmicas locais.

Na grande maioria dos casos ocorre um tremor forte seguido de vários outros menores por vários dias. Ás vezes, contudo, a série de abalos continua por mais tempo, e outros mais fortes podem acontecer. Não é possível prever a ocorrência dos tremores.

Erupções vulcânicas, movimento de massa e tsunamis

O reinício de atividades tectônicas e presença de sismos na região do Cumbre Vieja, localizado no Arquipélago das Canárias, Ilha vulcânica de La Palma, vem gerando alerta em especialistas sobre a iminente, porém longínqua, possibilidade de uma explosão violenta gerar abalos sísmicos e consequentes tsunamis que atingiriam a costa brasileira.

Pesquisas anteriores constataram que eventuais erupções podem gerar desestabilização da encosta da ilha. Fatores como a declividade do vulcão, volume de material mobilizado e presença de zonas de falhas incrementam a possibilidade de ocorrência de vultuosos movimentos de massa.

Apesar de muito remotos, os movimentos sísmicos dos grandes blocos tectônicos, como reflexo das atividades vulcânicas, poderiam ser capazes de gerar um tsunami que percorreria distâncias transatlânticas e que atingiria praticamente todos os países banhados pelo oceano Atlântico. Mas este cenário corresponde à hipótese mais extrema.

Num panorama pouco provável, boa parte da costa brasileira poderia ser afetada. Considerando-se que a ocupação humana tem forte presença costeira, e existência de edificações em terrenos instáveis e até em falésias, na rara eventualidade de ocorrência, seria algo trágico.

Ricardo Borges

Economista, geólogo e músico autodidata. Trabalha com publicidade e consultoria em marketing digital. Criador de conteúdo e pesquisador nas áreas de geociências e astronomia.

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